Jovem revolucionária demente
O mundo perde-se em inimigos comuns
O ter de salvar os pobres dos banqueiros
Ficção cientifica ou jornais e noticias
E eu que repugno e as sei mentiras
Sou jovem, por isso não me ouçam
Eu leio e vejo o tóxico e estupidificado
Mundo, esse tão calmo e conformado
Pobre da retórica que já está tão usada
Que nenhuma alma a compreende
Digo-o porque sou uma jovem demente
E dessas palavras complicadas mas comuns
Não ouço nada, ou de conteúdo não há nada
Mas haja pedras debaixo dos nossos pés
Mas dessas não se ouve palavra, só dos cravos
Jovem revolucionaria, anarquista, xoné
Descrê-se pessoas com palavras desconhecidas
Inventam-se outras, porque somos grandes artistas
Em vez de pedras, cantigas e cartazes nas mãos
Ser-se civilizado com gente merdosa e astuta
Mas ela é só uma jovem louca...tadita...
E eu pergunto-vos grandiosos portugueses
Nos seus belos corcéis alugados, quem sois vós?
Porque chafurdais, e de baixo olhais a merda?