Estilhaços
Procuro-te pelo tempo e estilhaços,
Nada encontro onde te consiga reconhecer
Só memórias aos pedaços,
Nada existe onde te possa ver
Eu tinha o ódio e a raiva para me sustentar
A lengalenga que repeti eternamente
E talvez por isso sou hoje capaz de te perdoar
Mas era suposto abandonares-me o coração e a mente
Não tens o direito de ainda aqui estar,
Já passaram anos! Não me devias ainda assombrar
Chegas e abalroas o meu mundo...
Tocas-me mesmo depois de tudo
Coração estúpido o meu que não aprende
Quase que acredito que hoje seria diferente,
Quase que peço à vida por mais uma chance
Mas o meu coração já não te pertence
Perdes-te-lhe o direito quando o escorraças-te
Quando o deixas-te à chuva e ao relento
Pode ser até somente o orgulho que me impede
Mas jamais voltarei a ser tua, Lamento.