Desapareço...
Tu, belo e sereno, levando a vida
Com o teu transbordar de charme
Com o teu cigarro e a tua bebida
Como se o mundo teu fosse
E eu aqui já meio desaparecida
Quero virar mesas e partir pratos
Vês , apenas, como mais um dos meus prantos
E não vês, estás cego com o mundo do nada
E eu não viro os pratos nem as mesas,
Mas matuto, e se o fizesse?
E se virasse o mundo gritasse e chorasse?
Ver-me-ias? Aperceber-te-ias?
Serei eu o problema? Serei eu a falar demais
Serei eu a ser demais a sentir muito mais?
Dizes ser normal, tudo ser normal
Que com o tempo as coisas acalmam, não há mal
Serei demasiado dedicada? Estarei a sufocar-te?
Terei eu me desleixado? Terás tu te acomodado?
Milhares de perguntas que me atravessam a mente
Terão as palavras acabado? Desapareço...