Doente
As páginas brancas assombram-me terrivelmente
Os espaços vazios, estou doente, doente em mim
A minha coerência perdeu-se na minha mente
Eu em breve serei nada, e passarei bem assim
O que é e o que deixa de ser fica turvo para mim
Doem-me as dores que em mim fiz, as palavras
Essas gravadas em mim, Não sou capaz, por fim
Tomam conta do que sou, eu deixo-me levar por elas
Não me sinto frustrada, não me sinto perdida
Sinto-me viva, ou a viver, estou calma e serena
Obrigada a existir como nunca antes, sou nada
Pessoas como eu não vivem nem existem
Nem andam nem são nada, observam
Mas eu estou cansada, e sinto-me sega.