Bianca Noite
Eu sou uma alma perdida, um sonho esquecido
A mais terrível ferida, que a dor pensa ter perecido
Eu sou um veneno que reina a terra, o breu no mundo
Eu sou um buraco negro, que de tão grande já não tem fundo
Eu sou o medo, eu sou a fraqueza, eu sou humana
E de tão humana, chego a ser verme, a ser lama
Mas sei que seria melhor se, sei que poderia se
Mas não sou, e não sou porque nunca quis ser nada
Tão nova e mal me consigo manter de pé
As doenças que tenho nas pernas sou eu a causa
A conformidade, sobriedade, e a loucura até
E por fim, depois de tanto tempo, estou farta
Estou farta de escorregar cair e dar com os cornos no chão
Se cair que pelo menos seja eu a me atirar ao chão!
Bianca Noite
Caminhava eu pela penumbra,
Sonhado, Lutando e Iluminando tudo
Quando fui atraída por um sorriso,
A esperança, admiração, entrega
Uma alma lutadora, que caia no breu
Tão torturada, tão arrasada,
Que de força lhe restava quase nada
Mas mesmo assim, almejava o céu
Meu cavaleiro negro, deixa-me abraçar-te
Deixa-me pegar-te e para longe levar-te
Curar-te cada ferida, cada dor, deixa-me amar-te
Olha-me como só tu me consegues olhar
Acarinha-me e ama-me dessa mesma forma
Nunca foi tão doce sonhar
Meu cavaleiro negro, acompanha-me,
Agarra-me, leva-me contigo, ajuda-me
Dá-me um lugar seguro que não seja feito de aço
Que não me esfrie a alma, Dá-me um que me aqueça
Que me acarinhe, que me pertença
Salva-me da minha frieza, da minha sobriedade
Ensina-me a sonhar a acreditar, ensina-me a amar
E fica assim comigo, agarrado a mim
Perdendo-nos um no outro enfim