Bianca Noite
Tenho uma enchorrada em mim,
Palavras que se querem soltar
Porcaria que se quer desprender por fim
Mas que nunca sai, nunca....
Estou no ermo da minha propria sanidade
Por isso se perder o sentido do que digo,
Nada de novo, nenhuma novidade,
Já não me importo, sou menos que mendigo,
Porque a dádiva de saber pedir, a humildade precisa
Nunca a tive, e estou completamente perdida...
E de desespero peço a anjos que não estão lá,
Peço às pedras que me agarrem, à água que não me leve
Às estáticas árvores que me prendam com as suas raizes
Mas nada acontece, e a minha sanidade fica tão breve,
Como a vida nos faz isto sendo nós meros aprendizes?
Choro... Choro tanto, por mim, apenas por pena
Pena do que sou, do que sinto, do que penso e não penso,
Do que poderia ser mas não sou, pobre menina...
A vida é um tedio... Tédio?! Como pude dizer isso!!!
Estou tão cansada...sinto-me destroçada...perdida... quero descanço!!
Mas não...descanço?! Descanço é para os inválidos!
Porque esses já têm problemas que cheguem...
No fim ninguém tem paz. é mera utopia...
Não vá... é passageira... para depois ficarmos doidos!
Não há doença para tanta gente, nem nome, mas esperem...
É igual para todos... vá depressões para toda a gente! Que alegria!
E cá ando eu num mundo de doidos, em que ninguém o pode ser
Porque se o for...ai ai!... hospício com ele, que só cá queremos gente sana
Cleopatras, Hitlers e Napoleões, já nos bastou um de cada,
Gente que se tenta matar, pobres coitadinhos, vá comprimidos para cima,
Pode ser que não morra da doença, morra da cura...
E calma... as vezes o hospicio pode ser realmente a cura,
Pois lá eles são loucos, e de loucos para loucos, o mundo é sano...
Agora aqui? Aqui é catastrófico, e estranho....
E eles dentro da sua loucura são felizes,
E nós? Que não somos, e que nos iludimos todos os dias?
Criamos laços,... raízes...
Temos tudo, mas no fim não temos nada...
Vai-se tudo numa rajada...
Bianca Noite
Se um dia te escrevesse uma carta,
Descreveria cada momento contigo
Cada lágrima, cada sorriso
Cada momento perdido...
Se um dia te escrevesse uma carta,
Lembrar-te-ia quando me dizias,
Que farias tudo por mim,
Lembrar-te-ia dos momentos no jardim
Os risos de criança perdidos...
Se um dia te escrevesse uma carta,
Sunsurrar-te-ia cada beijo, cada emoção
Cada toque... o quão viva estava,
Perder-me-ia em mil e uma palavras...
Se um dia te escrevesse uma carta,
Perguntar-te-ia porquê,
Sem querer ouvir novamente a resposta,
( Como em todos os momentos,
Em que a vida nos parece injusta)
Se um dia te escrevesse uma carta,
Alegaria que nunca sentis-te nada disto
Por muito que os teus olhos me contrariassem,
Por muito que os momentos o corroburassem...
Se um dia te escrevesse uma carta,
Descreveria todos os momentos
Em que desejo que voltes atrás
Que peças desculpas e que me tomes nos braços
Se um dia te escrevesse uma carta,
Questionar-te-ia porque não lutas-te por tudo
Porque me tentas-te proteger de ti
Se no fim, tenho na alma o sofrimento do mundo...
Se um dia te escrevesse uma carta,
Chamar-te-ia cobarde, faria birra de criança
Porque não me conformo com a tua ideia
De tentares evitar maguar-me asério...
Se no fim, pior não porderias ter feito
Se um dia te escrevesse uma carta,
Depois de me compor do desespero
Pedir-te-ia desculpas,
Que talvez soubesses o que fazias,
Que talvez tivesses razão
Se um dia te escrevesse uma carta,
Compartilharia o sentimento,
De perferir ser tua amiga para sempre
Do que um dia odiar-te
Se um dia te escrevesse uma carta,
Desculpar-me-ia no fim,
Por todas as palavras e pela peturbação.
Que talvez te podessem ter causado...
Se um dia te escrevesse uma carta,
Dir-te-ia, finalmente, que te amo,
E que independentemente de um dia
Deixar de o fazer da mesma forma,
Jamais me hei de arrepender do que vivemos
E terás sempre um lugar doce nas lembranças...
Se um dia te escrevesse uma carta,
Provavelmente seria o fim da minha esperança,
Escrever-te-ia uma carta de despidida, não de amor,
Já num momento muito pralá da dor...
Mas ainda não sou capaz de escrever essa carta,
Porque te amo, e espero que o tempo volte atrás.
Mas choro pela certeza de que jamais o fará.
Desespero quando me conformo,
E por vezes, no meio de tanto sofrimento
Sinto-me a descair para a insanidade...
Mas também, não sou capaz de te escrever essa carta,
Porque sei o quão culpado te sentirias,
Temo também, que para que todo o meu sofrimento acabasse,
Tomasses uma decisão precipitada,
E me fizesses a vontade por culpa
Mas por tanto te amar, não posso permitir que isso aconteça,
Porque apenas te quero ver feliz....
E assim essa carta nunca será escrita,
Porque a tua felicidade também é importante,
E tenho que respeitar a tua decisão,
Independetemente do quão apertado esteja o meu coração...
Bianca Noite
Loucura e sensatez...
Quão tenue a distância,
Tão tenue... que estupidez....
Tenho tudo e com isso quero acabar
Porquê? Sensatez.... Sapiencia...
Não, nem tanto, quem quero enganar?
Loucura, acto insano, sofrimento demais
Vou instaurar uma dor ainda maior
Mas quero ar
Agora quero respirar fundo...
Destruir o meu mundo...
Porque se não o destruir,
morro porque já cá não estou...
De cabeça quero cair,
Quero sentir quem sou...
Digam que é loucura, porque o é
De sensato tem tão pouco,
Mas hoje arriscarei...
Amanha tudo serei...
Mas estarei morta!
Bianca Noite
Há dias que odeio cada palavra,
Há dias que odeio cada gota de água.
Há dias... há dias que apenas existe mágoa...
Nestes dias odeio os meus poemas,
Nestes dias, nem existo
Sou uma sombra envolta nas brumas...
E não digo nada
Por muito que queira gritar
Não faço nada,
Por muito que queira chorar
Fecho os olhos e fico no meu silencio
Há espera que me surja uma solução
Também porque de ver já estou farta
Também porque me doi o coração
Também porque ...sim...
E quero ter esperança, ver a saida
Mas... Não há... e volto a estár perdida...
Bianca Noite
Sinto-me sofucada,
Tantas palavras que me querem sair
Tantas, e não sai nada...
Queria dizer-te tanta coisa,
O quanto te amo, quando não estás
O quanto te desejo, quando não me tocas
O quanto quero voltar, quando te deixo para trás
E nada digo
Nem mesmo o quanto gosto que me olhes,
O quanto gosto que me toques,
O quanto gosto que me beijes...
E como me perco no teu abraço...
E quando te encostas no meu regaço...
Tantas palavras não ditas
Tantas escondidas
Por detrás de um sorriso
O verdadeiro paraíso...