Bianca Noite
Caminho sobre estilhaços
Encontrando todos os pedaços
Que deixei, e que não quero de volta
Mas eles teimam em regressar
E o meu coração começa a pulsar
Uma sensação que julguei morta...
Quero arrancá-la
Quero afastá-la
Mas os pedaços teimam em vir
E eu não a deixo de sentir
Uma sensação já por si condenada
Um sentimento amaldiçoado
Que me arrazará, e não deixará mais nada
Pois nasceu acabado
Quase que desesperei
Quase que já chorei
Porque sei a distância que me aguarda
E que me é destinada
Mas sonho apenas com o momento
Não me importando sequer com o sofrimento
Esse que virá para lá do Verão
Arrazando,uma vez mais,o meu coração...
Bianca Noite
O que é a liberdade? Posso ser livre, de algum modo Mas a minha própria sobriedade Me prende de todo... Palavras, meras palavras E sentimentos, meros sentimentos Nos arrastão para maravilhas E afundam-nos em tormentos Escolha? Qual escolha temos? Criarmos raizes e afundarmo-nos na terra E desta forma morrer-mos Ou deixamo-nos aventurar nesta selva E assim sofrer-mos No fim acabamos por amar Com sorte seremos amados Apenas temos liberdade de sonhar Com dias mais ensolarados
Bianca Noite
Tal como o sol renasce Depois de uma tempestade Eu renasci Com sede de verdade O sangue corre-me quente nas veias Sentido o mundo, lutando por mim Já não me conformo em observar por janelas Já não desejo nenhum fim Estou farta de esperar algo Quero verdade, quero honestidade Quero saber quem está comigo Quero sentir a minha liberdade Não quero ser mais a vitima da tempestade Quero ser a sua causadora E luto por isso com ansiedade Sou uma eterna lutadora Posso não saber se alguma vez fui amada Mas sei que serei sempre admirada E se já não o sou agora Se-lo-ei na proxima hora Se a disciplina antes não me dumou Jamais me dumará agora A fraqueza, hibernou E agora ninguém me mandará embora!