Pecadora insana
Se meu pecado é ser eu
Pobre de mim que pequei como nunca
A minha única pergunta
É qual direito é afinal meu...
Ora como se me importasse
Sou louca pobre de mim, sou louca
E como louca peco em sê-lo
Sou loucamente feliz, e mesmo que o mundo me julgasse
Pobre do mundo pois iria despresá-lo
O mundo quer ser triste
Deixá-lo ser
Mas sozinho porque eu estou contente
E por ele não quero sofrer
Canso-me das rimas, coitadas
Ai que não quero ter limites, que se lixem elas também
Quero rir como nunca, chorar como nunca,
Viver, simplesmente viver
Chamem-me louca, sou artista
E com génio de artista ninguém é certo
E grito de felicidade, pelo nada que é minha vida
Grito de felicidade pelo que sou, pois sinto-me grande
Sei lá grito porque grito, porque quero gritar
E quanto mais grito mais vontade tenho em fazê-lo
Mais feliz fico por tê-lo feito
E canto, grito, salto
Num mundo de pura euforia
Quero que o mundo sinta a minha alegria
Que me inveje por ser feliz
Que me inveje e diga, que a pobre não sabe o que diz
E não sei mesmo, pois não?
Sou louca, puramente louca, completamente passada
E tu que me olhas pasmado
Volta para os confins do passado
Não quero saber de ti porque não me apetece
Chamem-me egoista chamem-me chanfrada
Chamem-me o que quiserem, pois sou-o tudo
Ou talvez nem seja nada, mas a verdade é que não me interessa
Opiniões? Levei a minha vida apoiada nisso
Mas hoje sou bem mais que isso
Perdoem a minha loucura, se não o fizerem quero lá saber
O que eu quero hoje é escrever
No estado mais puro que conseguir
Falando, Rodopiando na minha maluquice
Ter tudo o que não tive por mera borrice
Sou bela sei que o sou, tenho o que quiser
Apenas perco aquilo que nunca foi meu
Porque amor dá-se a todos e de todos se recebe
Porquê, não faço a mínima ideia
Eu não sou de ninguém e ninguém me pertence
Digam-me que não valho nada, que me quero rir
Por favor, digam-me isso, rir-me-ei como louca!
Insana, brutalmente insana me encontro
Falo com espelhos e paredes, comigo e comigo mesma
Faço um poema quase sem rimas, que escandalo
As letras correm-me nas veias, sobem-me á cabeça
Eu canto a cantiga que nunca cantei ,a minha cantiga
Ai ai... meu amigo e minha amiga
Contagiem-se pela minha insana loucura
Bebam dela, como água quando estão sedentos de sede
Pois embora doida, sou genial
E por isso, o meu saber não vos fará mal...