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Simples Poemas

Este blog é um local onde partilho os poemas que vou criando, faço-o por puro prazer e diversão. Posto um pouco de tudo, principalmente acerca de sentimentos, emoções e momentos.

Simples Poemas

Este blog é um local onde partilho os poemas que vou criando, faço-o por puro prazer e diversão. Posto um pouco de tudo, principalmente acerca de sentimentos, emoções e momentos.

29
Set20

Sou um corpo

Bianca Noite

Sou um corpo, apenas um corpo
Vazio de tudo o que preenche
Com tudo aquilo que enche

Boneca de porcelana partida,
Oca e estilhaçada, nem beleza já
Quebrada, pisada, esquecida

Louca, sem cérebro, sem razão
Olhos de vidro sem vida para lá
Mergulhada e estática no chão

Doces ilusões as que tinha
Riu-me, riu-me de mim e desta
Gargalhadas sonoras, de nada

De um vazio penetrante,
um capaz de preencher e vazar
Qualquer alma cheia de amar

Fostes quem? que me vazou?
Exististe de todo?
Miragem, ilusão, imagem
Tudo.

09
Mar20

Que bonito moço

Bianca Noite

Que bonito moço, poderia dizer
Que bom pedaço feito com graça
Que pecado poderia ser
Rápido antes que a ilusão desfaça

E caminho, caminho como quem quer
Rio, parece com vontade, 
mas choro sem ninguém ver
E falo sozinha até ser bem tarde

E a beleza que vejo nos outros
Passa a armadilha, rápido rápido
Depois de melhor observar, concluo
Que cá encontrei mais um perdido

Encontrei o meu reflexo nos teus olhos
Percebo que cai novamente na armadilha
Que no fundo, apenas queria ser salva
Alguém melhor que me renovasse os sonhos

E volto a pensar, que treta é esta
No fundo apenas me encontro a mim mesma
Por isso nem vale a muito a pena tentar
Cá caminho no limbo com o normal pesar

06
Mar20

Um café

Bianca Noite

Apenas queria ir tomar um café,
Uma conversa profunda, ou assim assim
Profunda certamente, desabafar até
Libertar um pouco do que há em mim

Mas há tantas mais coisas que fazer
Tantas outras pessoas a atender
Tanta vida que viver e resolver
E fico esquecida novamente

Odeio sentir que estou a reclamar
Tenho que vos lembrar que também sou gente
Não sou vitima, mas também quero falar
Também mereço ser ouvida, mesmo sendo resiliente

Ligo-vos e falamos de vós
Falamos dou tudo de mim, e mais
Sentem carinho, companhia, ás vezes até demais
Represento mil papeis, para que não se sintam sós

E no fim quem fica sozinha sou eu
Toda esta sapiência é somente vivencias
E vou vagueando há procura de um cantinho meu
Vou vivendo, sofrendo e acumulando experiências

Parece que se me virem tremer, vos treme o mundo
Então sorrio, e convido-vos para um café
Desejando apenas um ouvido,
uma palavra amiga e um pouco de alivio até

20
Fev20

Moribunda

Bianca Noite

Sinto-me vazia, sozinha, sem alma
Pensei que eras tu quem me faltava
Mas depois descobri que não havia nada
Que tu eras apenas mais uma página

Dói-me a perda de mim, não de ti
Nem sei bem que partiu em mim
Dói-me o ar que entra e sai
As passadas parecem vãs e sem fim

Vejo que a dor vivia em mim
Sempre viveu, sempre aqui cresceu
Ou pelo menos sinto-o assim

Olho o meu quarto vazio
Percebo que de mim já se esqueceu
Sou moribunda cheia de tudo o que partiu

17
Mai18

Mar azul

Bianca Noite

Vivo num mar azul, meio que afogada
Nem sem de quê nem sem porquê
A vida não me faz nada

Quero gritar, mas não tenho palavras
Apenas me saem gritos e lágrimas
Não sei de onde nem porquê

E talvez esta seja a primeira vez
Que tudo sinto em ter alma
E nada sai apenas escassez

Mal de mim que vivo atormentada
Nem sei porquê, acho que é nada

01
Set16

Paredes

Bianca Noite

Mulher forte, mulher de garra, digo ser

Com tantas paredes e labirintos, que me consegui perder

E olho o mundo lá fora, com já tão pouco de mim

Vejo todos a fugir, todos a desaparecer enfim

 

E choro na minha prisão por mim erguida

Tento agarrar o pouco que aqui está ainda

Mas já está tudo de partida

E eu deixo tudo ir, destroçada

 

Porque me vêem assim tão imponente?

Sou apenas humana, tenho alma, sou gente

Luto pela vida como qualquer um de vós

 

Quero gritar pela ajuda que nunca vou ter

Quero fazer uma birra para que possa prender-vos

Mas não o farei, o orgulho comanda o meu ser.

 

26
Jan16

Beijo

Bianca Noite

Olho-te, o meu coração pára por um momento,

O tempo deixa de ser tempo, os teus olhos

Gigantes castanhos prendem-me, estás perto

Sinto a tua respiração, disparam-me os sentidos

 

A tua mão pega-me cuidadosamente na face

Os meus lábios abrem-se num sorriso leve

Tu aproximas-te, os teus lábios tocam-me

Na bochecha, timidamente

Carinhosamente, eu beijo-te

 

E o tempo pára, o mundo pára,

O meu coração dispára

A pele arrepia-se, transformo-me em calor

Desejo, Um carinho, verdadeiro amor

Sinto cada toque cada carícia

 

Puxas-me para ti pela anca

Passo a mão nos teus cabelos,

Que isto não páre nunca!

Fogo, Desejo, Amor,

Tornamo-nos.

 

 

 

04
Jan16

Criança Escondida

Bianca Noite

Caminho, criança, num mundo de adultos

Para mim ainda é tudo a brincar, digo

Mas os olhares caem sobre mim, maduros

E eu sorrio e caminho, não há perigo

 

Mas o tempo trás peso e culpa

E eu cada vez mais fico sem desculpa

Olham-me severamente, e eu estremeço

Deixem-me estar! É tudo o que peço!

 

Mas a persistência do mundo devora-me

Vou-me transformando numa farsa

E brinco que sou o que não sou, perco-me

Riu, Grito, Choro dentro de uma carapaça

 

Envolvo-me na intricada teia do mundo

Do que deve ser e do que é suposto ser

Brinco aos grandes, ponho saltos altos e tudo

Esqueço-me do que sou, dói-me o ser

 

Conformo-me aos quadrados, mas não o sou

As obrigações, as suposições fazem-me tremer

Já ninguém me conhece, nem me consegue ver

Na minha suposta liberdade, emaranhada estou

 

Quero fugir, quero desaparecer, e tudo largar

Quero pintar voltar a sonhar e voltar a viver

Quero o meu tempo de volta, o meu sonhar

Quero me a mim, de volta, antes de perecer

15
Set10

Danças de amantes

Bianca Noite

Relações amorosas... não passam de danças

Danças que nos envolvem, que nos tomam

Que nos agarram e nos enchem de esperanças

E que nos fazem parar e dizer " mais não"

 

É nas pausas da melodia que reparamos

Quando as pessoas se olham finalmente

Que esse não é um sim para sempre

Uma doença, uma melodia mais intensa

 

Dança dos loucos esta, uma que magoa

Mas que nos deixa sempre sorridentes

uma em que magoamos, sendo perdoados

A razão abandona-nos, voltando à infância

 

Uma que nos faz prometer sem cumprir

Uma que nos faz pedir promessas dessas

Que nos acaricia, e que nos manda ao chão

Que nos agarra e nos perde, sem nos partir

 

E nós humanos, adoramos mentiras destas

Verdades com dois lados, um coração nas mãos

Enrolamo-nos e criamos uma vida assim

Cheia de vivencias, de altos e baixos

 

Berros e carícias, sonhos e saídas... enfim

Amantes, esses que os poetas viam como anjos

Esses que os escritores almejavam ser por fim

Esta a perfeição imperfeita dos humanos

 

Essa que se assim não fosse, nada seria

Seria simplesmente uma triste àgua parada

Por isso deixem-me dançar, até não haver mais nada

Deixem-me até que morra, até que nada sobre, até que fique parada.

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