Este blog é um local onde partilho os poemas que vou criando, faço-o por puro prazer e diversão. Posto um pouco de tudo, principalmente acerca de sentimentos, emoções e momentos.
Este blog é um local onde partilho os poemas que vou criando, faço-o por puro prazer e diversão. Posto um pouco de tudo, principalmente acerca de sentimentos, emoções e momentos.
Apenas vejo um vazio, uma pena, um politicamente correcto Apenas vejo o que explodiu O que deixou de ser perfeito
Sinto-me como se a sombra de alguém Como alguém que nunca conheces-te Deslizas pelo mundo e eu gostava também De ter o teu deslizar, o teu caminhar Ou que me dissesses que não esqueces-te
Mas quanto mais olho, menos vejo Quanto mais sinto, menos reconheço E digo que nada faz sentido, que não pode ser Mas apenas te oiço a dizer para te esquecer
Mas como posso, como posso Como posso eu caminhar sem perceber Como tanto se tornou em tão pouco Como tanto amor simplesmente deixou de ser
E tento-me repetir todas as imperfeições Tento-me convencer que é melhor assim Mas o meu coração não esquece as tuas feições E que não consigo reconhecer o fim
Os meus sonhos traem-me com mundos paralelos Em que tudo se resolve, foi tudo uma brincadeira Então acordo e percebo que vivo nos pesadelos E tu ai ficas imponente, sem sinal de choradeira
E eu alimento uma vazia esperança Depois olho-te e cai tudo na desgraça
Existe uma floresta, no fundo do fundo, De onde nascem as ilusões, e tudo o que é medo Todos nós estamos lá, bem no meio da noite E tapamos os olhos com as mãos, Como quem finge que não existe
Ocupa-mo-nos e criamos toda uma rede de nãos Uma negação constante de tudo o que é De toda a dor de todo o medo de toda a solidão Estamos sem nada no meio do negro de tudo há mercê
Fingimos que não, e na nossa imaginação criamos egos Criamos vícios, fugas e muralhas, tudo serve e tudo usamos Criamos barreiras imaginárias, crenças de que somos únicos Invejamos quem nos parece bem, e ajudamos quem mal nos parece
Por vezes quando o barulho da fuga pára e vêm o silencio Conseguimos sentir o terror, a solidão, a dor, tudo estremece E nesse momento, ou abrimos os olhos ou voltamos ao início Mas ninguém consegue, verdadeiramente fugir do seu eu
Neste lugar, não há lugar para coragem, nem barreiras nem nada somos crianças nuas, perdidas numa floresta cheia de monstros Eles olham-nos nos olhos, toda uma raiva, dor, e malícia encarnada A nós apenas nos resta lá ficar, e sentir e existir no meio dos medos
Talvez um dia, a noite será nossa amiga, Talvez um dia, os monstros nos embalarão Talvez um dia a floresta será a nossa casa Mas os monstros monstruosos sempre serão