Eu sou aquela
Que embora quase letalmente ferida
Se levantou, ignorando a masela
Eu sou a perdida
Que não desiste de tentar se encontrar
Por mais tempo que isso possa levar
Eu sou a menina
Com garra de grande lutadora
Por mais quedas e por mais perdedora
Eu sou como o vento
Que tanto sopra suavemente
acalmando qualquer sofrimento
Como arrasa por completo o mundo
E assim demonstro o que cá está no fundo
Eu sou como o gelo
Tão friu, tão duro
Que não se derrete com o que é mais puro
Congelada pelas maguas e por este pesadelo
Eu sou como o fogo
Tão quente, tão ardente
Tanto destruidor como aculhedor
Reagindo assim a este castigo
Não sou em nada como a terra
Tão parada, tão sagrada
Tão estatica, tão seca ou molhada
Eu sou o espirito do mar e da serra
da planicie e do rio
Sou a brisa, e o vendaval
Sou o calor e o friu
E tudo isto já quase que me foi fatal
Fui condenada à solidão
Nunca estando sozinha
Fui condenada a esta vastidão
Tornando-me assim pequenina
Fui condenada à dor
Apenas por ter desejado algum calor
Fui condenada assim
A sofrer até ao meu fim
Mas não desisti de encontrar o perdão
Não desisti de cumprir a minha missão
E assim continuarei
E um dia me encontrarei