Este blog é um local onde partilho os poemas que vou criando, faço-o por puro prazer e diversão. Posto um pouco de tudo, principalmente acerca de sentimentos, emoções e momentos.
Este blog é um local onde partilho os poemas que vou criando, faço-o por puro prazer e diversão. Posto um pouco de tudo, principalmente acerca de sentimentos, emoções e momentos.
O tempo que passa enquanto passo por ele A memórias desfazem-se e desintegram-se
Ficas tu
Tento aceitar o que já foi e não foi O que não consigo deixar ir
Faltas tu
Vou amando e desamando agarrando e libertando
Manténs-te tu
A vida passa por nós, eventos, pessoas o mundo Nós fixados no olhar do outro apesar de tudo Já dissemos todas as palavras que havia Já te empurrei e me afastei como podia
Muda o mundo e aqui estou, olhando-te Amaldiçou-o o universo, mesmo assim amando-te
Pensei saber o que era magia até te tocar Pensei o que era amar até te conhecer Que sabia o que era dor antes de te perder Que sabia o que era vazio antes de me apagares
Fui tocada por essa magia, e tudo se desmoronou Os padrões, as concepções, todos os planos, tudo falhou Quero perguntar o porquê, mil vezes, implorar Que me expliques, que me mintas, quero parar de chorar
Quero que me olhes bem nos olhos e me digas Que não foi nada, foi tudo da minha imaginação Que só eu senti isto tudo, para que haja uma solução apenas Para dizer-me que é caso médico que é apenas uma obsessão
Quero ir a um psicólogo e tirar-te de mim, Como quem tira uma droga de dentro Perceber, compreender e encontrar a isto um fim As memórias traem-me mas não me larga o sentimento
Tratas-me como se fosse uma estranha Como se não tivéssemos dito segredos Como se tu não tivesses dito nada Nem me dado a conhecer os teus medos
E depois repito para mim, foi apenas um dia Talvez seja eu a louca, e tu uma pessoa que conhecia Uma noite perdida em memórias que desaparecem E nós pessoas que mal se conheciam, e já não se conhecem
Quero-te longe das palavras todas que nunca te direi Apagar-te das memórias que não deviam existir Arrancar-te de um coração que a tempo não agarrei Retirar-te de mim, e para sempre partir
Terminar com as lágrimas insanas Que nem tempo houve para as mereceres Que justiça há em histórias destas Em que me tocas-te sem me quereres
Que nem as palavras te saíram mais da boca Cobardes os homens que ousam conquistar Sem quererem querer, nem quererem ficar E que desaparecem assim, consideração pouca
Um acto de tomar uma substancia O ir a um lugar habitado, ou desabitado Ir com alguém, a algum lado Um lugar onde ter existência Uma metáfora do que pode ser E do que não deveria acontecer Um segredo bem guardado Uma viagem para um lugar apertado Normalmente inclui um assento Pode ser uma caminhada Com muito ou sem alento Mas certamente conversa fiada Inclui no mínimo duas pessoas Sejam elas conhecidas ou desconhecidas Mas há mais prazer nas coloridas Ou mesmo nas palavras esquecidas Um evento tão banal Que se nos esquecermos, não faz mal
Fica então uma cadeira vazia Uma ilusão que não conhecia Um vazio para ninguém saber Algo mais para se esquecer
Que bonito moço, poderia dizer Que bom pedaço feito com graça Que pecado poderia ser Rápido antes que a ilusão desfaça
E caminho, caminho como quem quer Rio, parece com vontade, mas choro sem ninguém ver E falo sozinha até ser bem tarde
E a beleza que vejo nos outros Passa a armadilha, rápido rápido Depois de melhor observar, concluo Que cá encontrei mais um perdido
Encontrei o meu reflexo nos teus olhos Percebo que cai novamente na armadilha Que no fundo, apenas queria ser salva Alguém melhor que me renovasse os sonhos
E volto a pensar, que treta é esta No fundo apenas me encontro a mim mesma Por isso nem vale a muito a pena tentar Cá caminho no limbo com o normal pesar
Apenas queria ir tomar um café, Uma conversa profunda, ou assim assim Profunda certamente, desabafar até Libertar um pouco do que há em mim
Mas há tantas mais coisas que fazer Tantas outras pessoas a atender Tanta vida que viver e resolver E fico esquecida novamente
Odeio sentir que estou a reclamar Tenho que vos lembrar que também sou gente Não sou vitima, mas também quero falar Também mereço ser ouvida, mesmo sendo resiliente
Ligo-vos e falamos de vós Falamos dou tudo de mim, e mais Sentem carinho, companhia, ás vezes até demais Represento mil papeis, para que não se sintam sós
E no fim quem fica sozinha sou eu Toda esta sapiência é somente vivencias E vou vagueando há procura de um cantinho meu Vou vivendo, sofrendo e acumulando experiências
Parece que se me virem tremer, vos treme o mundo Então sorrio, e convido-vos para um café Desejando apenas um ouvido, uma palavra amiga e um pouco de alivio até
Sou sem abrigo de tudo o que foi perdido A noite caí sobre mim e engole-me por inteiro Vagueio pelas ruas, quase que tenho medo Vivo nesta noite, sem encontrar paradeiro
Mas vou vagueando na esperança Ás vezes sou ingénua como uma criança No entanto de criança não tenho nada Pois nas brumas há muito que sou conhecida
Como senhora podia até temer Mas dos esquecidos sou rainha Mais que isto não dá para me perder Nem de mim já me consigo esconder
Sou como que da noite peregrina Sorriu aos perdidos, Vêm-me como uma lamparina Mas tenho mais de morte que de heroína